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sexta-feira, 4 de maio de 2012
Análise: Dead Space: Extraction (Wii)
Extraction está para Dead Space como a série Chronicles está para Resident Evil. Isso dito sabemos que se trata de um jogo on-rail que usa como temática uma famosa franquia de survival horror. Mas as comparações param por aqui. Há uma diferença notável entre Extraction e seu concorrente, ele é uma prequela, ou seja, uma introdução aos acontecimentos do primeiro Dead Space. Mutilações, suicídios, decapitações, ambientes fechados e opressores, temos tudo isso em Extraction. Será que a Visceral Games conseguiu transportar o espírito de Dead Space para um novo estilo de jogo?
Espaço morto
A história inicia-se na colônia de Aegis VII, local onde um grupo de mineradores encontra um estranho artefato alienígena chamado de Red Marker. Ao tentar extrair esse artefato acabam causando uma reação em cadeia. As pessoas começam a ficar psicóticas. Logo de início o jogo testa seus nervos lhe forçando a assassinar seus companheiros de equipe um a um. Seu personagem até então, Sam Caldwell, é assassinado por um esquadrão da P-SEC antes que pudesse escapar.
Red Marker é essa coisa pontuda
Depois, na pele de Nathan McNeill já a bordo da USG Ishimura que você começará a entender o que antecedeu os acontecimentos do primeiro jogo da série.
Extraction é um jogo que se destaca pela qualidade de narração, é tudo muito denso. Conforme progride o game, haverá momentos em que o jogador se verá aflito, tamanha a vontade de que as personagens estejam bem. O jogo é cheio de reviravoltas contadas de uma forma extremamente intimista e despretensiosa.
Mutilações ampliam a jogabilidade
Quando a Visceral registrou seu nome não poderia ter escolhido nome melhor. Os jogos do estúdio são extremamente viscerais e são sempre chocantes.
Atordoante
Os elementos de jogabilidade de seus jogos também são. Mutilar inimigos é parte constante da estratégia de Extraction. Decapite o braço que lhe atacará e evite dano, diminua a velocidade dos inimigos arrancando as pernas para ganhar tempo, use as partes do corpo do oponente como arma e economize munição. Nesse jogo espatifar a cabeça não é vitória ganha, o jogo lhe exige sempre um pouco mais de crueldade. E por mais sádico que isso pareça, tal elemento só enriqueceu o jogo.
O game possui vinte armas todas diferentes e com efeitos secundários que são ativados torcendo um pouco o WiiMote com o pulso, garantido variedade. São metralhadoras, armas de choque, lança chamas, etc. Todas recorrentes do título original.
Armas de choque acertam vários inimigos
O stasis, habilidade de paralisar o oponente ou objetos, também está presente e agrega mais um elemento na complexa estratégia de Extraction. Outro aspecto interessante é a telecinese. Mirando num item, por exemplo, e apertando o “A” você o puxa para próximo de você. Segurando “A” com uma estaca mirada e depois pressionando “B” o projétil é disparado violentamente.
Ao ficar escuro balance o WiiMote e uma espécie de lanterna iluminará o local. O interessante é que, quando você chacoalha, o speaker do controle faz um barulho de algo liquido mexendo, o que aumenta a imersão.
Há momentos de gravidade zero onde o jogo lhe atribui um pouco de liberdade já que mirando e apertando o “A” em símbolos no chão a personagem se locomove até esse local, tal mecânica é utilizada numa batalha contra o chefe mais desafiador do jogo.
Puzzles em tempo realPobres mineradores
A adição de pequenos puzzles para refazer uma espécie de circuito elétrico são bem legais. Nesses momentos você tem que intercalar entre resolver o puzzle ou atirar, o que aumenta a tensão.
Mas nem tudo são flores na jogabilidade de Extraction. Alguns sites noticiaram um problema com a utilização do Slasher, uma espécie de faca laser que é ativada ao balançar o Nunchuck de lá para cá. O problema é que, enquanto se utiliza de tal artimanha, você pode atirar e carregar sua arma, o que lhe deixa quase invencível, dando brecha aos jogadores preguiçosos vencerem com demasiada facilidade.
Atire nas articulações
O truque prejudica o multiplayer, pois enquanto um se preocupa em atirar, o parceiro fica chacoalhando o Nunchuck.
Gráficos e sons de respeito
O jogo impressiona não só na jogabilidade como também pelos gráficos. Os efeitos de iluminação são muito interessantes, assim como a ambientação que é muito rica em detalhes. Os necromorphs são muito bem animados e articulados, as texturas que emulam carne, vidro quebrando, sangue, tudo isso é muito bem realizado pelo motor gráfico de Dead Space: Extraction. E o que mais impressionou são as expressões faciais extremamente convincentes, é fácil perceber quando uma personagem está mentindo ou com medo, simplesmente magnífico.
A Lexine é uma personagem fantástica!Ótimas expressões faciais
O som de Dead Space é extremamente imersivo e você ouvirá, na maior parte do tempo a respiração, barulhos no cenário, os passos das personagens e os diálogos muito bem construídos e com sincronização labial invejável. Destaque para a atuação da dubladora de Lexine. Ao avistar algum perigo começa a tocar um música de tom extremamente ameaçador. Nesse aspecto, Extraction remete a temas de filmes como Tubarão. Efeitos sonoros dos tiros, lança chamas são muito bons também.
Um Dead Space em essência e excelência
Peço só uma coisa para os gamers que torcem o nariz para spin-offs de grandes títulos: dê uma chance a este, pois é um verdadeiro Dead Space. Seja pelo design apurado, história densa e jogabilidade complexa, como também por sua excelência. Só quem jogou sabe o quanto é prazerosa a experiência que esse game proporciona.
Corre Lexine!Iluminação muito bem feita!
O jogo só é um pouco curto, cerca de quatro horas para terminá-lo e infelizmente, não possui nem mesmo um ranking online que estimule o replay. Mas, mesmo assim, é um título acima da média e um banquete para os gamers mais hardcore.
O que na verdade acabou com o jogo foi seu marketing pífio. A Eletronic Arts não fez nenhum tipo de campanha viral, ou qualquer coisa que estimulasse o consumo desse maravilhoso título. Uma pena!
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