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quarta-feira, 28 de março de 2012
Com ação cooperativa, game 'Resident Evil' de volta às ruas infestadas de zumbis de Raccoon City
CONSIDERAÇÕES
"Resident Evil: Operation Raccoon City" é um jogo de tiro em terceira pessoa que parte da empolgante ideia de oferecer missões em equipe nas ruas da clássica cidade da série da Capcom, mas falha miseravelmente nos controles. A jogabilidade ignora totalmente todos os avanços feitos desde "Resident Evil 4" e apresenta uma versão tosca e mal acabada da mecânica mais genérica possível em jogos de tiro em terceira pessoa.
Os controles são tão fracos que acabam tirando o brilho de outros elementos muito bem feitos do jogo, como a grande variedade de partidas online e a recriação de momentos icônicos de "Resident Evil 2" e "3" ao lado de figuras conhecidas, como Leon, Claire e Nemesis.
INTRODUÇÃO
No início de 2011 a Capcom revelou a produção de "Resident Evil: Operation Raccoon City", game de tiro em terceira pessoa com a inusitada premissa de colocar o jogador como um soldado da Umbrella, corporação responsável pelos monstros e zumbis dos primeiros títulos de "Resident Evil" - ou seja, a vilã da história.
Com elementos cooperativos, "Raccoon City" prometia uma experiência similar à de "Left 4 Dead", com equipes de quatro pessoas lutando para sobreviver a hordas de mortos-vivos e criaturas grotescas e, eventualmente, encontrando figurinhas conhecidas da franquia, como Jill Valentine, Leon e mais.
Para completar, a missão de desenvolvimento foi dada ao estúdio Slant Six Games, responsável por títulos da aclamada série de tiro "SOCOM", que criou um game de tiro com visão em terceira pessoa que lembra muito o estilo de "Resident Evil 4" e "RE5" - mas apenas no visual.
PONTOS POSITIVOS
Variedade de modos de jogo
"Operation Raccoon City" leva a sério o aspecto multiplayer e capricha no cardápio de modos de partida online. Você pode jogar a campanha ao lado de mais três amigos pela internet (nada de tela dividida) ou até começar a partida sozinho e deixar aberta a possibilidade de outras pessoas embarcarem na aventura no decorrer da jornada.
Há também grande variedade de disputas, seja no bom e velho mata-mata com cada um por si ou até opções mais elaboradas, como o Heroes, em que jogadores encarnam equipes de mocinhos e bandidos de "Resident Evil" e lutam em meio a zumbis ou até outra opção em que vence a equipe que fugir do cenário usando um helicóptero.
Momentos clássicos
Ainda hoje os eventos de Raccoon City são lembrados por fãs como alguns dos mais bacanas da série. Desde a parceria entre os novatos Leon e Claire até a perseguição implacável de Nemesis a Jill Valentine ou mesmo a obscura participação do soldado Hunk nos acontecimentos, são muitos os episódios marcantes que compõem os roteiros de "RE2" e "RE3".
"Raccoon City" aproveita bem esse fator nostalgia, dando nova roupagem (em alta definição) a alguns desses episódios e, claro, permitindo a veteranos e iniciantes viverem esses trechos tão celebrados.
PONTOS NEGATIVOS
Controles horríveis
A jogabilidade é o calcanhar de Aquiles de "Raccoon City". Aqui, a incompetência do jogo coloca em xeque todos os outros elementos, arruinando completamente a brincadeira.
Os combates do jogo são chatos, repetitivos e irritantes, com armas que pouco surtem efeito e praticamente nenhuma possibilidade de estratégia. Pistolas, rifles, escopetas... não importa o tipo de arma, parece que você está usando balas de borracha dada a pouca eficiência e impacto - e isso vale tanto quando os inimigos são zumbis humanos, cachorros, Hunters, soldados normais ou o que mais vier pela frente.
Inimigos não reagem a tiros na perna, braço ou mesmo na cabeça, movendo-se como nada estivesse acontecendo até, eventualmente, caírem mortos no chão. É difícil saber se os tiros estão acertando ou não.
Golpes de faca parecem dados com faquinhas de plástico (daquelas que a gente encontra no pacote de rocambole), já que é preciso acertar mais que uma dezena para derrubar um zumbi.
"Raccoon City" ainda apresenta um sistema de cobertura falho, que tenta simplificar, se complica: para se esconder, basta apertar para frente, na direção da cobertura. E só. Não dá para mudar rápido de uma cobertura para outra, pular por cima ou outros movimentos mais elaborados, que vemos em "Gears of War"
Para completar, o código online oscila demais, indo desde de partidas que rodam suaves, sem qualquer atraso, até tempos de espera intermináveis e outros problemas. Em certa ocasião, depois de esperar por mais de cinco minutos para achar uma partida, tentei cancelar a busca e o videogame acabou travando.
Gráficos datados
"Raccoon City" não é um jogo feio, mas já nasce ultrapassado. Digo mais: "Resident Evil 5", lançado em 2009, parece mais bonito do que este jogo aqui. Os cenários, de maneira geral, capturam bem o estilo da extinta cidade assombrada por monstros, mas personagens pecam por texturas e animações muito simplórias, o que acaba tirando muito do brilho do jogo.
Problemas no som
Perto de outros problemas, os erros de som passam quase batido. Quase. Ocasionalmente, o som de jogo fica muito estourado ou é cortado abruptamente. Outra questão é ao usar fones de ouvido com headset - como o próprio fone oficial da Sony para o PS3. Não é possível desligar o microfone e mesmo deixando-o mudo é possível ouvir interferência no som. Enfim, detalhes pontuais que podem ser superados, mas que comprometem a experiência de maneira geral.
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